É uma área da medicina que dedica-se ao estudo do equilíbrio corporal e do sistema auditivo. Trata, portando, doenças que provocam tontura, desequilíbrio, perda auditiva, zumbido e hiperacusia, entre outros sintomas.

No Brasil, a Otoneurologia é considerada uma área de atuação da Otorrinolaringologia ou da Neurologia, apesar de ainda não ser considerada uma especialidade.

Em palavras simples, é o médico que trata a labirintite e o zumbido.

Perda auditiva não tratada está relacionada a importante prejuízos funcionais e cognitivos em todas as idades. Portanto, aconselha-se a realizar audiometria o quanto antes!

A triagem auditiva neonatal é obrigatória, e deve ser realizada idealmente na maternidade ou, pelo menos, no primeiro mês de vida.

Aconselha-se uma nova avaliação auditiva, em crianças no início de sua vida escolar.

Já em adolescentes e adultos, a audiometria está indicada sempre que houver suspeita de perda auditiva.

Porém, caso haja o hábito de uso regular de fones de ouvido ou atividades em ambiente ruidosos, a avaliação auditiva é mandatória como rotina.

A partir dos 50 anos, aconselha-se incluir a audiometria entre os exames anuais de check-up a fim de detectar uma perda auditiva ainda em sua fase inicial e permitir prevenir a redução da capacidade cerebral de compreender as palavras ouvidas

Não necessariamente!

Apesar das diferentes próteses auditivas poderem ser usadas para correção de praticamente todas as perdas auditivas. Existe algumas perdas auditivas, como as perdas condutivas, que são passíveis de tratamento cirúrgico ou clínico.

Já as perdas auditivas neurossensoriais, que são as que ocorrem nas perdas auditivas induzidas por ruído (PAIR) ou pelo envelhecimento (Presbiacusia), quando já instaladas, a correção normalmente será através dos aparelhos de audição, além de terapias para evitar a piora desta perda.

Existe várias causas para o zumbido, que vão de uma simples rolha de cerúmen a um tumor cerebral. Porém o que todas elas têm em comum é o fato de provocarem, em diferentes proporções, uma lesão na via auditiva e com isso promover uma reorganização cerebral na tentativa de corrigir essa lesão, gerando o zumbido.

Por outro lado, há causas em que o paciente realmente escuta o barulho da contração de um músculo, do fluxo sanguíneo ou da crepitação de uma articulação.

Até o presente momento, não existe um comprimido ou um tratamento único que cure todos os zumbidos.

Poderia citar três abordagens importante na remissão do zumbido:

1. Investigação e tratamento da causa que levou o sintoma zumbido.
2. Fatores associados ao zumbido, ou seja, outras doenças ou sintomas que quando presentes podem piorar e/ou contribuir para a permanência do zumbido.
3. Aconselhamento sobre o zumbido com abordagem do impacto do zumbido nas atividades e qualidade de vida do paciente.

Quando falamos em tontura, a resposta é imediata “Ah deve ser labirintite!”

Mas veja que curioso, apesar de referimos quase sempre a labirintite. Se você sente tontura, dificilmente será ela a causa.

Labirintite é uma infecção bacteriana ou viral do labirinto, normalmente consequência de uma infecção do ouvido (otite) ou de uma meningite. Atualmente com o amplo acesso aos antibióticos e a assistência médica, a labirintite tornou-se rara. O que acontece é que, de uma maneira geral, acostumou-se a chamar de labirintite todas as tonturas.

O melhor exame para diagnosticar as doenças do labirinto, incluindo a labirintite, continua sendo uma boa consulta otoneurológica. Infelizmente ainda não existe um exame que defina a causa da tontura.

Porém existem vários exames que auxiliam no diagnóstico. Esses são solicitados conforme a história clínica, pode-se citar por exemplo:

• A vídeo-oculografia ( = vídeo-eletronistagmografia) ou a sua versão sem vídeo, vectoeletronistagmografia: Muito úteis, bastante comum a sua solicitação, auxilia na avaliação da função do labirinto e a diferenciar tonturas de origem periféricas das centrais.
• Vídeo-Head Impulse Test (V-HIT): igualmente útil, permite a avaliação dos  canais semicirculares do labirinto.
• Potencial Evocado Miogênico Vestibular (VEMP): avalia a função das máculas (região do labirinto onde encontram-se os  famosos “cristais da VPPB”).
• Vídeo-frenzel: permite maior precisão na avaliação dos movimentos oculares, os nistagmos. Muito útil, por exemplo, nas manobras para o diagnóstico da VPPB.

A Vertigem Paroxístico Posicional Benigna (VPPB), apelidada de doenças dos cristais, é uma labirintopatia muito comum que provoca tontura rotatória (vertigem) com duração de  alguns segundos sempre após um movimento. Sem gerar sintomas auditivos, como zumbido ou perda de audição.

A VPPB ocorre pelo desprendimento dos cristas, as otoconias, de uma região específica dentro do labirinto. Esses cristais “soltos” geram informações erradas do posicionamento da cabeça, provocando a tontura.

Seu diagnóstico é pelas manobras, como as manobras de Dix – Hallpike e Head Roll Test, com ou sem o auxílio dos óculos de Frenzel (vídeo Frenzel).